O início da Ordem do Templo se
deu quando um grupo de 9 cavaleiros resolveu proteger os peregrinos que visitavam
os locais sagrados de Jerusalém. Na Igreja do Santo Sepulcro, eles fizeram
votos de pobreza, castidade e obediência, como era feito pelos monges. No começo,
sobreviviam apenas com as doações recebidas da nobreza cristã.
Com o tempo, essas doações ficaram
mais generosas e os templários tornaram-se grandes proprietários de terras,
principalmente na Europa, onde vivia a maior parte dos cristãos. Muitos lotes
de terrenos foram doados à Ordem, que fez de tudo para transformar essas
propriedades em fontes de recursos para a manutenção de seu exército em Jerusalém.
Essas doações, no entanto, eram dispersas. Dificilmente envolvia uma grande
quantidade de terras contíguas que rendessem benefícios aos seus gestores. Para
resolver esse problema, os Templários compravam ou permutavam as terras que
lhes seriam necessárias.
Essas comendas eram vistas com
bons olhos pela população local, já que onde havia uma delas, dificilmente faltaria alimentos. As comendas
menores eram formadas, geralmente, pelo mestre, alguns cavaleiros, um esmoler,
um enfermeiro, um ecônomo, um recebedor dos direitos devidos ao Templo, alguns
artesãos, um responsável pela venda dos produtos, um capelão e um clérigo. Claro
que essa formação podia sofrer alterações dependendo do tamanho da comenda. Mas
o importante é que onde existia territórios ou propriedades templárias praticamente
não houve fome, desemprego ou insegurança.
Muitas das terras eram
arrendadas ou locadas aos camponeses menos afortunados. Em locais pouco
povoados, como na Península Ibérica, eram oferecidas condições especiais para
aqueles que trabalhassem em suas terras. Nessa localidade, onde foi feita a
reconquista cristã, os Templários chegaram, inclusive, a chamar os mouros para
trabalhar em suas propriedades. Em troca era oferecida liberdade de culto aos
muçulmanos, mas, também, era exigido que jurassem fidelidade à Ordem do Templo.
Na região de Provence, na
França, os Templários tinham uma propriedade grandiosa. Lá, muitos camponeses
foram contratados para desmatar o solo e trabalhar as zonas pantanosas. A criação
de cavalos e carneiros era imensa. Isso era importante, já que os cavaleiros utilizavam mais de um cavalo. Já a lã dos carneiros era utilizada para
confecção de roupas que depois eram exportadas. A pele era usada na fabricação
de sacos, proteção e arreios. Já a carne era salgada e levada à Terra Santa.
A Ordem do Templo era
proprietária de muitos moinhos e fornos, que locavam a preço muito mais barato
do que o de outros senhores. Fora isso, os Templários ainda recebiam impostos,
sobre o valor de venda, de praticamente tudo que era produzido e
comercializado. Para proteger e incentivar o comércio, os Templários
construíram e protegeram diversas estradas e rotas. Dessa forma as mercadorias
podiam circular mais rapidamente e sem riscos.
Com o comércio evoluindo,
foi-se necessário achar um meio de lidar com as finanças. A Ordem mantinha em
cada província sua, um irmão tesoureiro para cuidar do dinheiro. A prática de
empréstimos em troca de bens depositados na Ordem tornou-se rotineira. Na verdade
eram feitos empréstimos por penhora ou por hipotecas. Trabalhavam, também, como
banqueiros. Eram criadas contas correntes e todo mês podia-se realizar depósitos
nessas contas, ordenar pagamentos e diversos outros serviços bancários.
Essas são apenas algumas, de muitas, características da cobertura financeira do Templo. Mas, com o exposto acima, é
possível compreender a importância da Ordem do Templo para o desenvolvimento de
uma Europa que estava submersa nas trevas da Idade Média.
Em breve, dissertarei mais
sobre essa impressionante Ordem de Cavalaria Medieval.
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