Misteriosos. Esse pode ser um
dos melhores termos para definir os essênios. Mas não é o único. Eles também
são conhecidos por suas práticas medicinais e pelo despojamento material. Suas
moradias eram cavernas nas colinas de Qumram, mas também podiam ser encontrados
em comunidades nos desertos por toda Palestina. Eles surgiram na época do sumo
sacerdote hasmoneu, Jónatas, por volta dos anos 152 a 143 a.C. e foram
eliminados na revolta judaica no ano 68.
Os essênios primavam pelo
desenvolvimento espiritual. Por isso, quem entrava na seita tinha que reverter
os seus bens em favor da comunidade, vestir-se com as mesmas roupas até que ficassem
totalmente inutilizadas e alimentar-se apenas com o necessário para a vida no
deserto. Todos vestiam trajes brancos iguais e eram proibidos de vender ou comprar
qualquer produto, senão trocar entre eles mesmos. Os prazeres mundanos eram
tidos como vícios; o controle das paixões e emoções como virtudes.
A entrada de um novo membro na
comunidade era feita através de vários estágios iniciáticos. Isso ocorria ao
longo de três anos, até que ficasse provado que o neófito era digno de
pertencer à seita. Após admitidos, os novos membros entravam numa rígida
hierarquia que devia respeito aos mais velhos ou com graus superiores. Porém,
esse fato não era um impedimento para demonstrações de humildade e ajuda ao
próximo. Pois, para exercitarem suas virtudes e pureza, eles prestavam ajuda
aos mais necessitados.
Mas um dos maiores mistérios
que pairam sobre os essênios é a relação deles com João Batista e Jesus Cristo.
Sabe-se, hoje, que rituais cristãos como o batismo e a simbólica repartição do
pão na hora da ceia já eram realizados pelos essênios. O banho nas águas dos
rios era uma prática comum a eles, principalmente antes das
refeições. O que se sabe é que tanto Jesus quanto João Batista foram
contemporâneos deles. E muitas passagens bíblicas relatam Jesus praticando a cura
na população, uma atividade comum à seita.
Os essênios foram dizimados na
Revolta dos Judeus contra Roma. Mas, muitas de suas crenças e práticas foram
preservadas e passadas, através da tradição, às primeiras comunidades cristãs e
aos gnósticos. Assim, muitos de seus ensinamentos ficaram preservados nas
escolas de mistérios, chegando até os dias atuais.
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