Hoje tem início a tão esperada
Copa do Mundo. É com muito amor e ufanismo que o Brasil festeja essa data. Não
à toa. Estamos no dia dos namorados e o primeiro jogo do mundial é nosso. Os
sentimentos estão à flor da pele. Mistura-se o amor à pátria com o amor entre
namorados. É isso o que o futebol desperta em nosso povo: um conjunto de
emoções.
Essa comunhão de sentimentos
provocados pela Copa tem a capacidade de unir as diferentes etnias, ideologias
e credos. Sendo assim, é um importante momento para reparar diferenças e
cultivar a convivência pacífica entre as religiões, independente de suas
origens.
Está na hora dos evangélicos
aceitarem os cultos afrobrasileiros, os católicos respeitarem os pentecostais,
os judeus não se auto segregarem e os muçulmanos aceitarem que a arte pode ser
divertida, mesmo quando brinca com a religiosidade.
É claro que isso é uma grande
utopia. Mas o Brasil é um país que permite o livre exercício de religião (desde
que dentro da lei). O problema é que há uma grande sombra fundamentalista no
congresso nacional e nas câmaras estaduais e municipais. Essa corrente política
e religiosa se constitui por meio de uma bancada evangélica que prega rígidos
valores morais (apesar de muitos de seus políticos serem acusados de corrupção)
e preparam, na surdina, leis que dificultam ou coíbem a liberdade de culto para
minorias religiosas.
Esse não é o Brasil visto nos
filmes e nas propagandas, um país em que a diversidade e a miscigenação fazem
parte de sua história e definem sua identidade. É preciso muito cuidado com o
preconceito (escondido ou disfarçado) e a intolerância, sob suas muitas formas,
nesse caso a religiosa.
Mas voltemos à Copa. Esse
mundial de futebol promete ser inesquecível. Todo o país está de olho nele.
Isso sem contar na enorme quantidade de estrangeiros que, nesse exato momento,
estão em terras brasileiras. O Estado de enormes proporções transformou-se em
um verdadeiro continente, com cores, línguas, culturas, religiões e nações que
brindam, festejam e alegram as ruas por onde passam. Ainda assim, não roubam o
sentimento que os brasileiros têm pelo país. O nacionalismo está presente em cada
bandeira exposta em prédios, carros, muros; e em todo coração que, gostando ou
não de futebol, está atento aos gramados onde pisará cada jogador brasileiro.
E que venha o hexa!
Nenhum comentário:
Postar um comentário