Olá, caros leitores, uma das
melhores seleções dessa Copa do Mundo é a Alemanha. Eu fiquei pensando: preciso
escrever algo sobre esse país, afinal ele é tão rico em histórias, folclores e
esoterismo. Confesso que a primeira ideia a vir à cabeça foi voltar ao tempo do
nazismo e relatar a face oculta do governo de Hitler. Mas, após uma breve
reflexão, descartei esse tema, pois muitos já falaram sobre isso e eu seria
apenas mais um. Logo, escolhi outro assunto, esse um pouco mais oculto – pelo
menos para nós brasileiros. Trata-se dos Tribunais da Santa Vema, ou Vehme ou,
ainda, Feme.
Mas o que era isso? Para
compreender o que eram esses tribunais devemos regressar à Idade Média, na
época do imperador Carlos Magno. Era comum em muitos territórios da Europa,
mais especificamente na região onde hoje é o Estado da Alemanha, a adoração a
deuses pagãos; roubos com o consentimento dos senhores feudais, que arrecadavam
parte das pilhagens; feiticeiras que trabalhavam como prostitutas nos castelos;
justiça corrupta; e opressão aos pobres e fracos. Enfim, era uma situação muito
iníqua.
Sabendo disso, Carlos Magno
enviou à região agentes encarregados de uma missão secreta. Eles deveriam zelar
pela justiça e condutas cristãs de quem quer que fosse, tanto de ricos quanto
pobres, tanto nobres quanto servos. Iniciava-se ali a sociedade secreta dos
franco-juízes. A hierarquia dessa sociedade era composta por Gão-Mestres,
Franco-Condes, Franco-Juizes e Iniciados. Ninguém chegava a Franco-Juiz sem ser
germânico, cristão e livre.
Essa sociedade secreta era
responsável pelos Tribunais da Santa Vema que, em pouco tempo, tornou-se o
terror dos poderosos, bandidos, magos negros... bastava alguém avistar um
mascarado que logo calafrios subiam os corpos.
O Tribunal funcionava assim: o
criminoso era preso por um homem de vestes negras, depois levado a subterrâneos
onde era interrogado por uma única voz. Após o interrogatório era tirada sua
venda e o local iluminava-se. Era possível ver uma quantidade enorme de
franco-juízes, todos mascarados. À meia-noite era proferida a sentença. Nem todos
os suspeitos eram condenados, caso a inocência do réu fosse legítima ele era
solto. Porém, se fosse pego em flagrante o condenado era executado
sumariamente. No geral, era amarrada uma corda em uma árvore e ali era feito o
enforcamento. A morte podia-se dar também com uma punhalada no peito e no
punhal havia uma faixa descrevendo a sentença.
No século XV estima-se que na
Alemanha existiam mais de cem mil franco-juízes e a identidade deles era
secreta. Logo, quem praticava algo errado tinha medo de ter entre seus amigos e
familiares um franco-juíz que poderia dar-lhe a morte.
Essa é apenas uma das
histórias envolvendo sociedades secretas e misticismo na Alemanha. Muitas
outras podem ser contadas. Mas, acredito que, pelo menos por hoje, já está de
bom tamanho.
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