Março
é o mês das mulheres. Mais precisamente no dia 8 quando é comemorado o dia
internacional da mulher. Essa data lembra a importância da presença feminina na
sociedade e de quão necessário é protegê-la do machismo, violência e
preconceitos de gênero, ainda muito comuns, mesmo nesse novo século.
As
mulheres aos poucos estão conquistando um espaço que era exclusivo dos homens.
Hoje elas estão na direção de grandes empresas e nações, e adquiriram hábitos
que até pouco tempo eram praticados somente por homens. Isso ocorre no mercado
de trabalho, nos esportes, no meio social, enfim, ainda que lentamente, uma
nova sociedade se forma.
No universo
esotérico, entretanto, as mulheres sempre estiveram em uma posição de destaque.
Basta observar os Mistérios de Eleusis, cidade grega que adorava as deusas
Deméter e Perséfone. Ambas relacionadas às colheitas. Ao que parece, seu culto
teria se iniciado no Egito e depois levado à Grécia. Os ritos dedicados a essas
deusas teriam sido os mais importantes da antiguidade ocidental. Tanto que
foram adotados pelos romanos e as deusas renomeadas para Ceres e Proserpina.
Com o catolicismo, porém, a importância da mulher ficou em segundo plano. Ainda
assim, a Igreja conseguiu transformar a adoração de deusas no culto a Maria, a
virgem, e em outras santas célebres como, por exemplo, santa Sara de Cali.
Nos
dias atuais existe uma religião chamada Wicca, na qual a mulher tem uma
especial importância. No topo do panteão de seus deuses situam-se a Grande Deusa
Mãe e seu filho e consorte o Deus Cornífero. A Wicca é uma manifestação
contemporânea da velha religião dos celtas, um povo que habitou a Europa na
antiguidade. A tradição dessa sociedade era extremamente matriarcal, daí a
importância da Grande Deusa que, como uma mãe, dava a seus filhos proteção e
alimentação. Não à toa ela era responsável pelas boas colheitas. Em troca seus
sacerdotes – os druidas – e as sacerdotisas realizavam rituais de magia,
celebração e adoração. O casamento sagrado, ou hieros gamos, também era
praticado por esse povo. Esse ritual consistia numa relação sexual em que um
dos parceiros simbolizaria a Deusa e o outro seria o Deus. Esse assunto é
tratado em dois grandes Best-sellers mundiais: As Brumas de Avalon e O Código
da Vinci.
.
Voltando
à Wicca, ela é, inclusive, mais antiga que o cristianismo. Segundo alguns
estudos arqueológicos ela teria se iniciado ainda na pré-história. Durante a
Idade Média essa religião foi duramente reprimida – milhares de pessoas
morreram nas fogueiras da Inquisição acusadas de bruxaria. Com o ódio contra o
feminino fomentado pela religião católica, as maiores vítimas do Tribunal do
Santo Ofício foram as mulheres. Essa situação perdurou até a Idade Contemporânea,
basta lembrar como exemplo o julgamento feito na cidade de Salem, nos Estados
Unidos. Muitas pessoas foram enforcadas acusadas de pacto com demônios, rapto e
assassinato de crianças, entre outros motivos.
Felizmente
hoje a Wicca e quaisquer outras religiões podem ser praticadas com segurança e
respeito, pelo menos no mundo ocidental, já que em alguns territórios
controlados pelo Estado Islâmico há uma terrível perseguição contra quem não
segue o islamismo, como os cristãos da Síria e Egito, por exemplo.
Independente
de qual manifestação religiosa é a mulher o mais importante é que ela seja
tratada com muito respeito, carinho e amor. Pois todas as mulheres são
especiais e não importa em qual posição social que se encontre – seja como
mães, filhas, esposas ou amigas – elas são o motor que movimenta os homens e o
mundo.
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