quarta-feira, 24 de julho de 2013

Evangelho de Barnabé

Livro com mais de 1500 anos teria sido encontrado na Turquia por volta do ano 2000. Trata-se do Evangelho de Barnabé, um texto que traz uma outra visão sobre o destino de Jesus. Segundo ele, Jesus não teria sido crucificado e Judas teria sido morto em seu lugar.
É um livro bem polêmico, mas que vale um estudo mais aprofundado.




Fonte: http://www.agoravale.com.br/noticias/Geral/Vaticano-estaria-incomodado-com-o-aparecimento-de-Biblia-de-mais-de-1500-anos-

sábado, 20 de julho de 2013

A queda dos Templários: prisão de Jacques De Molay

Escrever sobre o fim da Ordem dos Templários não é uma tarefa tão fácil assim. Houve muitos interesses envolvidos e analisar cada um deles seria uma verdadeira dissertação de mestrado. Por isso, nesse espaço tentarei abordar apenas o contexto da prisão de Jacques De Molay – grão-mestre da Ordem – o que já é complexo, mas, por outro lado, interessante também.

Para melhor explicar essa prisão é preciso compreender alguns personagens e cenários da história. O primeiro deles era a situação cristã na Terra Santa. Desde a queda de Acre, último território cristão na região, em 1291, as Ordens militares ficaram desprestigiadas no ocidente. Surgiram correntes de pensamento que pregavam a união da Ordem do Templo com a Ordem do Hospital, para assim surgir uma nova Ordem, maior e mais poderosa. A posição, tanto de uma, quanto de outra, era de serem contrárias a essa fusão.

Outros dois personagens relacionados à prisão de De Molay foram: o papa Clemente V e o rei da França, Filipe IV, também chamado de O Belo. Clemente V alcançara seu posto com o apoio de Filipe. O papa tinha um objetivo muito claro em seu pontificado: realizar uma cruzada. Para isso, precisava do apoio dos reis cristãos, principalmente de Filipe IV. Já o rei da França, envolvido em batalhas em seu reino, possuía muitas dívidas e uma economia arrasada pelas guerras. Ele, em atitudes desesperadas, já havia confiscado dinheiro e posses dos judeus e dos lombardos, além de expulsá-los de seu reino. Até com a Igreja ele tivera problemas financeiros. Isso resultou em sua excomunhão pelo então papa Bonifácio VIII. Com a ascensão de Clemente V ao papado, Filipe IV passou a cobiçar os bens e propriedades da Ordem do Templo. Mas falaremos disso mais adiante, por enquanto, vamos nos ater aos interesses do papa.

A ideia de uma nova cruzada já estava em estágio avançado na Europa. Os principais conselheiros de guerra sugeriram uma investida com tropas menores e mais profissionais. Para isso, contavam com as Ordens do Templo e do Hospital. Mas a preferência era para uma fusão dessas Ordens, pois assim, a ofensiva contra o inimigo seria mais eficiente. No entanto, essas ideias não eram unânimes. Jacques De Molay tinha uma posição contrária a elas. Ele, além de ser contra a fusão das Ordens, defendia uma cruzada com um exército maior, em grande escala, não contando apenas com a capacidade das Ordens militares.

Como De Molay era analfabeto, uma conversa direta com o papa seria a melhor maneira de expressar suas estratégias. Clemente V decidiu realizar uma conferência com ele e com o grão-mestre da Ordem do Hospital em fins do ano 1306. Porém o papa teve problemas de saúde que o impediram de conferenciar com eles nesse ano, ficando a reunião para o final de 1307. Enquanto isso, o grão-mestre dos Templários suscitou algumas acusações que foram feitas contra a Ordem do Templo e pediu uma investigação ao papa.

As acusações foram feitas por cavaleiros expulsos da Ordem, como: Esquin de Floyran, prior de Montfaucon; Bernardo Pelet, prior de Mas-d´Agenais; e Gerard de Byzol, cavaleiro de Gizors. Os Templários foram acusados de homossexualismo, ofensas a Cristo e adoração a um demônio chamado Baphomet, que podia ter a forma de um gato, um crânio, ou uma cabeça com três rostos; entre outras. Para o rei da França essas acusações foram suficientes para ordenar secretamente – nem mesmo o papa havia sido consultado – a prisão de Jacques De Molay e de cerca de 15 mil membros da Ordem em todo reino da França.

O papa se sentira extremamente ofendido pela ação unilateral de Filipe IV, porque, além de realizar a prisão de membros de uma Ordem sob autoridade papal, ele ainda utilizara outra instituição eclesiástica, a Inquisição. Na França, o Santo Ofício era usado como um instrumento de coerção pelo Estado, já que o inquisidor-mor era o confessor do rei Filipe. Com isso, as torturas e as péssimas condições das prisões foram suficientes para que muitos templários confessassem o que os inquisidores queriam. Ainda mais porque muitos dos presos não eram guerreiros, mas cumpriam outras funções dentro da Ordem, como lavradores, pastores, ferreiros, carpinteiros e mordomos. Logo, Jacques De Molay confessou que negara Jesus Cristo e escarrara em sua imagem. 

Menos de 1 mês depois da confissão de De Molay, o papa enviou uma carta a todos os reis e príncipes da cristandade pedindo que prendessem todos os templários e mantivessem suas propriedades sob custódia da Igreja. Clemente V enviara a Paris três cardeais para que ouvissem o grão-mestre templário. Ele, no entanto, revogou sua confissão e mostrou as marcas das torturas em seu corpo. Os cardeais perceberam que os templários eram inocentes e que as acusações feitas contra eles não correspondiam à realidade.

O processo contra os templários foi suspenso em 1308. Contudo, Jacques De Molay continuava nas mãos do rei. Sua situação – e de alguns outros cavaleiros – era muito complicada, pois segundo as leis da Inquisição, hereges reincidentes deveriam ser queimados na fogueira e esse foi seu destino. Em 1314 ele foi morto em Paris.

Em breve contarei mais um pouco da história dos Templários. 

(fonte: livro Os Templários de Piers Paul Read)