quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

A Igreja Católica e a questão da mulher no sacerdócio

A Igreja Católica é uma instituição antiga que preserva e valoriza suas tradições, mesmo que isso contrarie boa parte da sociedade. Por isso, há muitas práticas realizadas ainda hoje pela Igreja que não estão atualizadas com a época em que vivemos.

Tendo como base de seu apostolado a família, suas iniciativas visam sempre mantê-la unida. O problema está na definição dessa palavra: família. Em uma sociedade em constante transformação, como a nossa, é muito difícil manter antigas tradições, costumes e leis. Isso gera um grande conflito nas posições ideológicas e religiosas das pessoas.

A Igreja Católica tende a ser uma força conservadora frente às constantes mudanças da sociedade. Logo, assume certas posturas arcaicas que, em alguns momentos, tendem a serem contras os avanços e iluminação do pensamento da humanidade. Isso é perceptível em sua posição contrária aos métodos contraceptivos, principalmente a camisinha. Essa postura é um tanto quanto discutível em qualquer país do mundo. Mas se observar o que acontece na África, com o surto de AIDS entre a população das nações de todo continente, chega a ser revoltante – para não dizer desumano – a proibição da camisinha.

Isso é apenas uma forma de ilustrar o pensamento retrógrado que a Igreja possui. Os católicos, no entanto, não são os únicos, nem os piores ou mais atrasados, que possuem um pensamento reacionário. Outras religiões, cristãs ou não, estão muito mais atrasadas às mudanças ocorrentes no mundo.   
 
É bem óbvio que se há uma força conservadora fortíssima dentro da Igreja ela tenderá manter as tradições. Com isso, o pensamento antigo e preconceituoso de que a mulher é inferior e, portanto, não pode realizar as mesmas atividades que o homem, continua a existir.

O argumento católico é de que Jesus não teve mulheres entre seus apóstolos. Mas esse pensamento não leva em conta o contexto histórico e social dos judeus na época de Cristo. E, ainda assim, não se pode esquecer de Maria Madalena, uma mulher tão próxima a Jesus que foi a primeira a vê-lo após ressuscitar. O resultado dessa argumentação na Idade Antiga e Média foi o de colocar a mulher em segundo plano na sociedade. E hoje, tanto tempo depois, não se pode quebrar uma tradição simplesmente por ela já estar consolidada em todo âmbito social.

No entanto, mesmo levando tudo isso em consideração, é possível enxergar essa questão de forma diferente. Há uma distinção biofísica do Homem para a Mulher e essa diferença moldou, desde a pré-história, atividades pertinentes a homens e a mulheres (hoje a mulher já mostrou ser capaz de realizar, com o mesmo empenho e dedicação que os homens, a maioria das tarefas masculinas, tanto as que exigem esforço físico, quanto intelectual). No geral coube ao homem as tarefas de guerrear e trazer alimentos para casa, como carnes de caça e pesca. Às mulheres coube cuidar dos filhos, da casa, da agricultura e, em algumas sociedades, da religião. Elas, em muitos casos, eram sacerdotisas e cultuavam a uma Deusa ao invés de um Deus único.

Mas enfim, desde muito tempo houve distinções do que seriam atividades atribuídas a Homens e a Mulheres. Para a Igreja Católica são os sacerdotes que devem celebrar a missa. Essa talvez seja uma herança da época de Cristo. Já as freiras servem a Deus como lhes é devido. Muitas realizam obras de caridade e de educação. Algumas ainda em vida são reconhecidas como santas pelo seu trabalho de ajuda ao próximo, como por exemplo, Madre Teresa de Calcutá e Irmã Dulce.

Ante a esses fatos a atribuição de celebrar uma missa fica em segundo plano. Afinal um ato de caridade tem um valor imenso perante Deus, ainda mais se esse ato for a dedicação de uma vida para ajudar os pobres e miseráveis.