quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Como surgiu a riqueza dos templários

O início da Ordem do Templo se deu quando um grupo de 9 cavaleiros resolveu proteger os peregrinos que visitavam os locais sagrados de Jerusalém. Na Igreja do Santo Sepulcro, eles fizeram votos de pobreza, castidade e obediência, como era feito pelos monges. No começo, sobreviviam apenas com as doações recebidas da nobreza cristã.

Com o tempo, essas doações ficaram mais generosas e os templários tornaram-se grandes proprietários de terras, principalmente na Europa, onde vivia a maior parte dos cristãos. Muitos lotes de terrenos foram doados à Ordem, que fez de tudo para transformar essas propriedades em fontes de recursos para a manutenção de seu exército em Jerusalém. Essas doações, no entanto, eram dispersas. Dificilmente envolvia uma grande quantidade de terras contíguas que rendessem benefícios aos seus gestores. Para resolver esse problema, os Templários compravam ou permutavam as terras que lhes seriam necessárias.

Essas comendas eram vistas com bons olhos pela população local, já que onde havia uma delas, dificilmente faltaria alimentos. As comendas menores eram formadas, geralmente, pelo mestre, alguns cavaleiros, um esmoler, um enfermeiro, um ecônomo, um recebedor dos direitos devidos ao Templo, alguns artesãos, um responsável pela venda dos produtos, um capelão e um clérigo. Claro que essa formação podia sofrer alterações dependendo do tamanho da comenda. Mas o importante é que onde existia territórios ou propriedades templárias praticamente não houve fome, desemprego ou insegurança.

Muitas das terras eram arrendadas ou locadas aos camponeses menos afortunados. Em locais pouco povoados, como na Península Ibérica, eram oferecidas condições especiais para aqueles que trabalhassem em suas terras. Nessa localidade, onde foi feita a reconquista cristã, os Templários chegaram, inclusive, a chamar os mouros para trabalhar em suas propriedades. Em troca era oferecida liberdade de culto aos muçulmanos, mas, também, era exigido que jurassem fidelidade à Ordem do Templo.

Na região de Provence, na França, os Templários tinham uma propriedade grandiosa. Lá, muitos camponeses foram contratados para desmatar o solo e trabalhar as zonas pantanosas. A criação de cavalos e carneiros era imensa. Isso era importante, já que os cavaleiros utilizavam mais de um cavalo. Já a lã dos carneiros era utilizada para confecção de roupas que depois eram exportadas. A pele era usada na fabricação de sacos, proteção e arreios. Já a carne era salgada e levada à Terra Santa.

A Ordem do Templo era proprietária de muitos moinhos e fornos, que locavam a preço muito mais barato do que o de outros senhores. Fora isso, os Templários ainda recebiam impostos, sobre o valor de venda, de praticamente tudo que era produzido e comercializado. Para proteger e incentivar o comércio, os Templários construíram e protegeram diversas estradas e rotas. Dessa forma as mercadorias podiam circular mais rapidamente e sem riscos.

Com o comércio evoluindo, foi-se necessário achar um meio de lidar com as finanças. A Ordem mantinha em cada província sua, um irmão tesoureiro para cuidar do dinheiro. A prática de empréstimos em troca de bens depositados na Ordem tornou-se rotineira. Na verdade eram feitos empréstimos por penhora ou por hipotecas. Trabalhavam, também, como banqueiros. Eram criadas contas correntes e todo mês podia-se realizar depósitos nessas contas, ordenar pagamentos e diversos outros serviços bancários.  

Essas são apenas algumas, de muitas, características da cobertura financeira do Templo. Mas, com o exposto acima, é possível compreender a importância da Ordem do Templo para o desenvolvimento de uma Europa que estava submersa nas trevas da Idade Média.

Em breve, dissertarei mais sobre essa impressionante Ordem de Cavalaria Medieval.



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