domingo, 25 de agosto de 2013

Os Essênios. Afinal quem eram eles?

Misteriosos. Esse pode ser um dos melhores termos para definir os essênios. Mas não é o único. Eles também são conhecidos por suas práticas medicinais e pelo despojamento material. Suas moradias eram cavernas nas colinas de Qumram, mas também podiam ser encontrados em comunidades nos desertos por toda Palestina. Eles surgiram na época do sumo sacerdote hasmoneu, Jónatas, por volta dos anos 152 a 143 a.C. e foram eliminados na revolta judaica no ano 68.  

Os essênios primavam pelo desenvolvimento espiritual. Por isso, quem entrava na seita tinha que reverter os seus bens em favor da comunidade, vestir-se com as mesmas roupas até que ficassem totalmente inutilizadas e alimentar-se apenas com o necessário para a vida no deserto. Todos vestiam trajes brancos iguais e eram proibidos de vender ou comprar qualquer produto, senão trocar entre eles mesmos. Os prazeres mundanos eram tidos como vícios; o controle das paixões e emoções como virtudes.

A entrada de um novo membro na comunidade era feita através de vários estágios iniciáticos. Isso ocorria ao longo de três anos, até que ficasse provado que o neófito era digno de pertencer à seita. Após admitidos, os novos membros entravam numa rígida hierarquia que devia respeito aos mais velhos ou com graus superiores. Porém, esse fato não era um impedimento para demonstrações de humildade e ajuda ao próximo. Pois, para exercitarem suas virtudes e pureza, eles prestavam ajuda aos mais necessitados.

Mas um dos maiores mistérios que pairam sobre os essênios é a relação deles com João Batista e Jesus Cristo. Sabe-se, hoje, que rituais cristãos como o batismo e a simbólica repartição do pão na hora da ceia já eram realizados pelos essênios. O banho nas águas dos rios era uma prática comum a eles, principalmente antes das refeições. O que se sabe é que tanto Jesus quanto João Batista foram contemporâneos deles. E muitas passagens bíblicas relatam Jesus praticando a cura na população, uma atividade comum à seita.

Os essênios foram dizimados na Revolta dos Judeus contra Roma. Mas, muitas de suas crenças e práticas foram preservadas e passadas, através da tradição, às primeiras comunidades cristãs e aos gnósticos. Assim, muitos de seus ensinamentos ficaram preservados nas escolas de mistérios, chegando até os dias atuais.


   

Nenhum comentário:

Postar um comentário