domingo, 1 de março de 2015

Março, a Mulher e a Wicca

Março é o mês das mulheres. Mais precisamente no dia 8 quando é comemorado o dia internacional da mulher. Essa data lembra a importância da presença feminina na sociedade e de quão necessário é protegê-la do machismo, violência e preconceitos de gênero, ainda muito comuns, mesmo nesse novo século.

As mulheres aos poucos estão conquistando um espaço que era exclusivo dos homens. Hoje elas estão na direção de grandes empresas e nações, e adquiriram hábitos que até pouco tempo eram praticados somente por homens. Isso ocorre no mercado de trabalho, nos esportes, no meio social, enfim, ainda que lentamente, uma nova sociedade se forma.

No universo esotérico, entretanto, as mulheres sempre estiveram em uma posição de destaque. Basta observar os Mistérios de Eleusis, cidade grega que adorava as deusas Deméter e Perséfone. Ambas relacionadas às colheitas. Ao que parece, seu culto teria se iniciado no Egito e depois levado à Grécia. Os ritos dedicados a essas deusas teriam sido os mais importantes da antiguidade ocidental. Tanto que foram adotados pelos romanos e as deusas renomeadas para Ceres e Proserpina. Com o catolicismo, porém, a importância da mulher ficou em segundo plano. Ainda assim, a Igreja conseguiu transformar a adoração de deusas no culto a Maria, a virgem, e em outras santas célebres como, por exemplo, santa Sara de Cali.  

Nos dias atuais existe uma religião chamada Wicca, na qual a mulher tem uma especial importância. No topo do panteão de seus deuses situam-se a Grande Deusa Mãe e seu filho e consorte o Deus Cornífero. A Wicca é uma manifestação contemporânea da velha religião dos celtas, um povo que habitou a Europa na antiguidade. A tradição dessa sociedade era extremamente matriarcal, daí a importância da Grande Deusa que, como uma mãe, dava a seus filhos proteção e alimentação. Não à toa ela era responsável pelas boas colheitas. Em troca seus sacerdotes – os druidas – e as sacerdotisas realizavam rituais de magia, celebração e adoração. O casamento sagrado, ou hieros gamos, também era praticado por esse povo. Esse ritual consistia numa relação sexual em que um dos parceiros simbolizaria a Deusa e o outro seria o Deus. Esse assunto é tratado em dois grandes Best-sellers mundiais: As Brumas de Avalon e O Código da Vinci.      
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Voltando à Wicca, ela é, inclusive, mais antiga que o cristianismo. Segundo alguns estudos arqueológicos ela teria se iniciado ainda na pré-história. Durante a Idade Média essa religião foi duramente reprimida – milhares de pessoas morreram nas fogueiras da Inquisição acusadas de bruxaria. Com o ódio contra o feminino fomentado pela religião católica, as maiores vítimas do Tribunal do Santo Ofício foram as mulheres. Essa situação perdurou até a Idade Contemporânea, basta lembrar como exemplo o julgamento feito na cidade de Salem, nos Estados Unidos. Muitas pessoas foram enforcadas acusadas de pacto com demônios, rapto e assassinato de crianças, entre outros motivos.   

Felizmente hoje a Wicca e quaisquer outras religiões podem ser praticadas com segurança e respeito, pelo menos no mundo ocidental, já que em alguns territórios controlados pelo Estado Islâmico há uma terrível perseguição contra quem não segue o islamismo, como os cristãos da Síria e Egito, por exemplo.


Independente de qual manifestação religiosa é a mulher o mais importante é que ela seja tratada com muito respeito, carinho e amor. Pois todas as mulheres são especiais e não importa em qual posição social que se encontre – seja como mães, filhas, esposas ou amigas – elas são o motor que movimenta os homens e o mundo.   

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